
Um dos filmes mais polémicos da atualidade é “Blonde”, da Netflix. Trata se de uma biografia semi-apócrifa de um dos ícones mais populares da cultura ocidental: Marilyn Monroe. O filme conta, de uma forma desconcertante e extremamente violenta, episódios fragmentados da vida de Norma Jeane (o nome de batismo de Marilyn) para lá das luzes da Hollywood abusiva e misógina dos anos 50.
O filme faz constante questão de contrastar Marilyn Monroe: uma lenda da América que ainda hoje é recordada pelos media pela sua imagem e pelo seu talento inegável como atriz e cantora (visível nas suas icónicas prestações em filmes como “Gentlemen Prefer Blondes” ou em músicas como “Diamonds Are a Girls Best Friend”), com Norma Jeane: aquela que lhe dava vida, que garante que a mulher que vestia no grande ecrã não era ela de modo algum… ao contrário da sua “personagem”, tudo o que ela precisava não era de jóias dispendiosas, mas sim de amor (algo que nunca conheceu em toda a vida). A própria Norma Jeane tem uma frase no filme que deixa o espetador tenso e revoltado: “A Marilyn Monroe só existe no ecrã”, rematando que para lá de uma aparência idolatrável, esconde-se uma vida vazia e atormentada. E nesse aspeto, a loira das loiras é-nos apresentada de uma forma muito semelhante ao estado em que nos encontramos quando as dificuldades vêm à nossa vida: frágeis, carentes, vulneráveis e exaustos de tanto sofrimento.
Como se não bastasse (não esquecendo que este filme se trata de uma realidade fictícia), neste autêntico ensaio angustiante sobre a dor humana, que incide como um dos efeitos horrorosos que a fama tem nas celebridades, há um assunto que persegue Norma Jeane do início ao fim: a ausência do pai. Esta cicatriz do seu passado obceca-a desde a sua infância volátil até ao dia da sua morte, quando tinha apenas 36 anos.
Muitas vezes, as feridas do passado parecem não sarar e fazem questão de nos impedir de seguir em frente. Dão lugar à solidão e à depressão, deixando-nos com um sentimento de incompletude. Por mais que cultivemos uma imagem aparentemente perfeita ao olhar de outros, faltar-nos-á sempre algo ou alguém que esperamos que vá atender às nossas preces e nos salvar desse poço escuro e sem aparente retorno em que se encontra a nossa vida! É essa a eterna condição daqueles que não conhecem a Cristo: no nosso interior, somos sempre confrontados com a nossa pequenez, tentando contorná-la com coisas efémeras e desprovidas de qualquer valor verdadeiro.
Para Norma Jeane, esse alguém (o seu pai) nunca chegou… mas a boa notícia é que o nosso Pai Celestial está à tua espera. Ele está pronto para te receber de braços abertos e te livrar de todos os fardos que tens vindo a acumular ao longo do tempo. Norma Jeane apenas vislumbrou o rosto do seu pai num retrato da sua casa, mas nunca passou disso: de uma miragem, de algo não palpável. Com o Senhor, podemos sempre encontrá-lo e deixar que ele inunde o seu amor em nós, seres tão frustrados e angustiados.
Se a tua situação estiver semelhante a este pesadelo de vida aqui contado, há algo que precisas de saber: esta não precisa de ser mais a tua situação! Marilyn cantava: “todos precisamos de um pai, mas onde estará o meu?”. O nosso Pai do Céu está sempre connosco, e como se não fosse suficiente, enviou o seu filho unigénito há dois mil anos! Neste Natal, lembra-te de que Jesus nasceu para nos salvar e pode nascer ou continuar a viver dentro de ti! É tempo de celebrarmos com alegria estas boas novas!
Para todos, um feliz Natal com Jesus!