Ser amado é algo que não é indiferente ao ser humano. Qualquer um de nós fica impactado quando recebe de outro um ato de amor. Por norma, a primeira reação pode ser de incredulidade quando somos atingidos por esse gesto, porém não o conseguimos ignorar, nem temos a capacidade de ficarmos apáticos, pois não é habitual sermos presenteados com tais atitudes.
Quando esse mesmo ato se associa a uma necessidade do sujeito num dado momento, torna-se ainda mais impactante. Quem nunca recebeu um abraço num momento difícil e o conforto sentido trouxe um renovo? Já temos recebido mensagens ou até telefonemas a animar-nos num dia em que a alegria não extravasa da nossa mente ou coração. Como nos sentimos quando isso acontece?
A empatia é a identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com alguma outra pessoa ou até coisa, que o leva a agir e a não ficar passivo perante uma dada situação. Esta é a atitude que devemos procurar ter com aqueles que nos rodeiam, tal e qual como o nosso maior exemplo e referência foi com as pessoas que O rodeavam.
Em inúmeras ocasiões vemos Jesus a agir em “íntima compaixão” mais propriamente em sete ocasiões. Ele agiu em favor das necessidades dos outros[1] e numa dada situação é convidado a agir dessa maneira para com aqueles que o procuravam[2]. Todos estes momentos ilustram necessidades básicas que o ser humano tem, isto é: cura, libertação, direção, provisão, conforto e solução. Em todos eles Jesus correspondeu sempre com um amor grandioso que não tem comparação. Ele é o único que consegue resolver de uma forma tão única, pessoal e perfeita todas as nossas necessidades.
Contudo, não é apenas quando resolve as necessidades físicas que vemos Jesus a agir em íntima compaixão na vida daqueles que O procuram e são tocados por Ele. Jesus veio resolver uma necessidade ainda maior. Para tal, identificou-se com o nosso maior problema (o pecado), vestiu a nossa roupa e carregou-a até à cruz, um lugar de morte e de vergonha. A morte era o lugar que nos estava destinado, mas Jesus escolheu morrer pela nossa desobediência. Pelo Seu grande amor, moveu-se em íntima compaixão para trazer solução à nossa vida. O pecado é uma coisa da qual a Humanidade não se consegue desenvencilhar. Como tal, a resposta está na profunda compaixão que Deus teve por nós, através de Jesus Cristo. Deus feito homem, veio trazer solução para as nossas vidas ao vencer o poder do pecado. Ele morreu e ressuscitou para que o problema fosse resolvido. Com este ato não só vemos todos os nossos pecados perdoados, mas também a possibilidade de termos as nossas doenças curadas, a escravidão a ser transformada em liberdade e o pecado e a morte tornarem-se em vida. Podemos também ter a garantia de que não há nada que Ele não possa resolver, pois de uma vez só Ele resolveu todo o problema.
Quando nos deparamos com um ato como este podemos ter várias reações. Uma delas é a incredulidade, isto é, não acreditamos nem cremos no que foi feito, nem no propósito com que foi realizado. Outra é aceitarmos o que foi propositadamente feito por nós. Esta é a resposta que devemos sabiamente dar: crer tão somente em Jesus Cristo como Senhor e Salvador das nossas vidas, relembrando que Ele se moveu em íntima compaixão por nós. O nosso desejo deve ser viver segundo o Seu ensino e exemplo.
[1] Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34 Mc 6:34; 8:2; Lc 7:13.
[2] Mc 9:22.