Decorreu no dia 27 de maio, pelas 20:30h, no r/chão da sede da Assembleia de Deus de Coimbra, mais uma sessão, a última promovida neste ano letivo, do projeto “Faz Sentido” implementado pelas jovens Matilde Rocha e Ester Gaio.
Este primeiro ciclo de encontros abertos terminou com a intervenção do irmão Abraão Seguro, que tratou o tema “Existe livre-arbítrio?”.
A expressão livre-arbítrio não se encontra na Bíblia, mas o conceito é amplamente discutido, pelo menos desde o séc. IV. As divergências entre os vários grupos de cristãos, denominados evangélicos, que se afirmam como seguidores de Cristo e constituem as igrejas e denominações, continuam até hoje, se bem que com posições menos extremadas.
Ao longo dos tempos, foram elaborados pelos teólogos e aceites pelas igrejas, vários Credos, Confissões e Declarações de Fé, cujo articulado procura sintetizar as doutrinas bíblicas consideradas fundamentais. Mas há, de facto, o perigo de que, com o passar do tempo esses textos se cristalizem e se tornem dogmas inamovíveis, de muito difícil compreensão para as novas gerações. As convicções individuais fortes, que envolveram esta discussão ao longo dos séculos, não deixam de me surpreender!
Agostinho e Pelágio; Lutero e Erasmo; Armínio e Calvino. Seis homens intelectualmente preparados, escritores e teólogos, cristãos convictos, expoentes do conhecimento bíblico e secular, deixam-nos interrogações, divergências, hesitações, imprecisões e interpretações variadas do mesmo texto sagrado!
Esta reflexão levou-me, humildemente, a considerar a imensidão, a riqueza e a profundidade das Escrituras Sagradas e a considerar e respeitar as opiniões de outros cristãos, empenhados em viver a sua fé, com uma boa consciência.
O “Faz Sentido” é um projeto que tem como objetivo apresentar a fé cristã e as doutrinas que a sustentam, de um modo aberto, permitindo formular questões e responder às dúvidas suscitadas no interior de quantos se dedicam a viver a fé genuína, considerando, ou tendo como base o estabelecido nas Escrituras Sagradas. Terá continuidade no ano letivo seguinte com novos temas para discussão.
