A esperança é alimentada pelo sonho. Ela não se fixa apenas no que é visível, mas vai mais além.
J. R. R. Tolkien conta no seu livro “Sobre histórias de fadas” que as pessoas gastam facilmente muito dinheiro e energia ao consumir filmes e literatura de fantasia, revelando que há inúmeros desejos humanos primordiais que são saciados nesses momentos. Entre eles destaca-se o explorar o alcance do espaço e do tempo e a possibilidade de escapar ao poder da morte, onde o bem triunfa sobre o mal. A justificação pelo qual Tolkien afirma isso mesmo é porque estas histórias trazem à nossa mente uma realidade subjacente que se encontra na Palavra de Deus.
É importante destacar que todas as coisas foram criadas por Deus. Quando as criou Ele fez tudo de forma perfeita, formando um paraíso na Terra, mas tudo isso se perdeu com a decisão do Homem. Contudo, não é por causa disso que a ambição de algo eterno escapa à nossa mente. A Palavra de Deus é clara quando afirma que Deus colocou a eternidade no coração do Homem (Eclesiastes 3:11), isto é, o Homem inevitavelmente pensa em coisas que vão para além daquilo que é natural e visível aos seus olhos. Nós fomos criados para a eternidade, e quando entendemos esta verdade podemos perceber o nosso interesse pelo futuro. É humano desejar entender “do princípio ao fim” e ter sede pelo que ultrapassa a nossa situação imediata.
A nossa esperança estaria para sempre limitada pelo poder do pecado, se Deus não interviesse na História. Um Deus de amor infinito apresenta uma história de sonho, que visa mudar toda a nossa condição. Uma história que não é fantasia, mas que pode ser real em cada homem e em cada mulher. Em nenhum dos filmes de super-heróis a totalidade das pessoas tende para o lado bom da história, mas essa decisão cabe a cada um. Nós temos oportunidade de entender o sacrifício demonstrativo do grande amor de Jesus por nós, sacrifício esse que tem todo o poder para salvar toda a Humanidade.
O Evangelho dá-nos um vislumbre de uma vitória do bem contra o mal e permite-nos usufruir de um tempo e de um espaço onde apesar de não termos um entendimento completo para o compreender, merece a nossa fé genuína. Essa fé não é cega, mas sim verdadeira e racional, e assenta naquilo que um homem real, que viveu no nosso planeta há mais de 2000 anos atrás, afirmou: se crêssemos Nele, iríamos ter uma vida abundante e a vida eterna.
O ato heróico e salvador de Cristo pela Humanidade, que se revê na Sua morte e ressurreição, que O confirmam como sendo Filho de Deus, tornam a esperança de um paraíso eterno bem real na nossa vida. Isto se O aceitarmos como Senhor e Salvador. Nesse caso, sim, vamos conseguir escapar da morte e iremos viver eternamente felizes, sem mágoas nem dores, num mundo ideal que será um paraíso. Na verdade, será a restauração do plano inicial de Deus para a Humanidade.
Quando assistimos a um filme de fantasia sonhamos, mas quando o filme acaba o nosso primeiro sentimento é: vamos voltar à realidade. Mas em Cristo essa esperança mantém-se, pois sabemos e confiamos que no tempo e no espaço tudo aquilo que a Palavra de Deus afirma para o final dos tempos, está garantido. Tudo depende das nossas escolhas. Só em Jesus Cristo encontramos uma resposta fiel para a nossa necessidade do que é eterno. Só em Cristo é que percecionamos a verdadeira justiça e um mundo de sonho. Só em Cristo é que temos uma esperança inigualável. Tudo isto, só depois de respondermos ao desafio que Ele nos deixou: segui-Lo para sempre.